O dia 4 de junho é uma data de muita reflexão sobre um assunto que, muitas vezes, passa despercebido: a violência contra as crianças.
O Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão está no calendário da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1982 e entre as datas importantes listadas pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em 2015, foram registradas 17.588 denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes – cerca de 2 denúncias por hora. Foram 22.851 vítimas, sendo 70% do sexo feminino.
Formas de agressão
Quando pensamos em violência e agressão, normalmente, nos remetemos à violência física, porém, de acordo com a ONU, existem quatro tipo de violência classificadas: abusos físicos, sexuais, psicológicos e negligências.
De acordo com os dados levantados, muitas vezes, a agressão está dentro de casa, em forma de maus-tratos físicos ou, até mesmo, a negligência. Os casos mais comuns são de espancamento, encarceramento, queimadura, afogamento, envenenamento e abuso sexual.
Casos famosos reforçam as estatísticas, como a morte de Isabella Nardoni, assassinada pela madrasta em 2008. Em 2010, uma procuradora aposentada foi acusada e presa pelo crime de tortura contra uma menina de dois anos que tinha adotado. Em 2011, Edson Novaes foi filmado enquanto espancava seu filho. Em agosto de 2010, uma menina chamada Joana morreu após ser mantida na casa do pai com mãos e pés amarrados.
Notícias como as citadas acima, eventualmente, ganham repercussões nos veículos de comunicação. Porém, a violência infantil acontece todos os dias e mais perto do que você imagina. É preciso ficar atento aos sinais do agressor que, na maioria dos casos, é parente, vizinho ou conhecido da família que, por ter conquistado a confiança das pessoas próximas, fica livre de suspeitas.
De acordo com especialistas, traumas da violência doméstica podem fazer com que a criança se pelo próprio sofrimento, consequentemente, ela promove a autoagressão por achar que é a causa destes problemas. Outro resultado é a agressão como uma forma de defesa, pois como ela não consegue se defender dos maus-tratos e acaba descontando em outras pessoas, principalmente nos colegas.
Além disso, como a criança está em fase de crescimento e desenvolvimento da personalidade, 50% dessa formação depende do meio em que a criança vive.
Por isso, zelar pelas crianças não é uma tarefa exclusiva dos pais, mas também dos parentes, da comunidade, dos profissionais de saúde, dos líderes de modo geral, dos educadores, dos governantes, enfim, da sociedade como um todo.
Fonte: www.epdonline.com.br/