Alguns bairros de Manhuaçu já vivenciam a rotina de rodízio no abastecimento de água há mais de uma semana. Para suportar a falta d’água, moradores estão economizando e procurando alternativas para o problema. De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), responsável pelo abastecimento, ainda não há previsão para melhorias. Em toda a região, o drama da estiagem gera uma série de desafios.
“Manhuaçu não é diferente de outros municípios. Nós estamos atravessando um problema de estiagem prolongada, tem muito tempo que não chove, então praticamente acabou a nossa captação. Nós estamos sem água”, diz o diretor do SAAE no município, José Alves de Aguiar.
O Córrego Manhuaçuzinho, fonte de água do município, está secando. Segundo José Aguiar, o nível da barragem está muito baixo, talvez a maior estiagem da história da região de Manhuaçu.
E, de acordo com o diretor, a situação pode ficar ainda pior.“No momento, a única solução é a chuva. Estamos pedindo realmente que as pessoas economizem água, evitem o desperdício. Estamos num nível que nunca chegamos”.
RIO DE PEDRAS
O cenário de estiagem é histórico em Manhuaçu e toda a região, a exemplo de vários estados da região Sudeste do Brasil.
Imagens de locais com água em abundância, como a região dos córregos Manhuaçuzinho e São Sebastião ou mesmo a antiga Cachoeira Sette dão lugar a cenas de desolação e seca. Onde as águas rolavam em abundância é possível caminhar em meios às pedras sem molhar a ponta dos dedos.
Para se ter a dimensão do problema, basta observar o rio Manhuaçu, no perímetro urbano de Manhuaçu. Ilhas e bancos de areia e vegetação já tomam conta do leito. O mau cheiro é comum para quem passa nas pontes ou mora nas margens do rio. Praticamente só tem esgoto.
Cachoeira do Sette, ano passado e este ano
REGIÃO:
Em toda a região, há relatos de que os rios e córregos estão secando ou já se reduziram a pequenos filetes de água.
Em Carangola, a falta de oxigênio e as altas temperaturas provocaram a mortandade de peixes neste sábado. Cena que também já é observada em Manhuaçu, Muriaé e em Divino.
Na cidade de Caratinga, o rodízio de abastecimento segue uma escala de 12 horas com água e 36 horas sem fornecimento, dividindo a cidade em três partes. Mesmo assim, os moradores reclamam que a água não chega.
Na MG-108, entre Durandé e Lajinha, fontes de água potável, à margem da rodovia estão secas.
Em Alto Caparaó, medidas de contenção do desperdício também foram anunciadas pela Prefeitura Municipal.
Em Mutum, a prefeitura decretou estado de emergência e limitou o uso da água para o consumo da população.
A cidade de Espera Feliz assiste também com preocupação o cenário de estiagem. Na barragem da captação que abastece a cidade praticamente só existe lama.
Colaboração: portal caparao.