IRMÃO E EX- MULHER DE MAURO, VÍTIMA DE COVID 19 CONCEDEM ENTREVISTA AO PAULO ROBERTO DA RÁDIO.

Claudine, natural de Vieiras, a ex- mulher de Mauro contou na entrevista que ele é filho de miradourenses, mas que nasceu no Rio,  que sempre ia a cidade carioca  para visitar familiares onde também tinha contato com médicos, pois ele havia feito um transplante de rins. Eles se casaram há alguns anos atrás e se mudaram para Muriaé.

Inicialmente se acredita que ele tenha sido contaminado no Rio, mas o irmão dele o Magno acredita que pelo período de encubação da doença,  que seria de 7 a 14 dias, é possível que ele tenha sido contaminado em Muriaé, talvez no próprio Prontocor:

” Eu estive aqui no dia 24 e 25  do mês anterior, ele já estava internado, já tinha 15 dias que ele estava internado, não tinha nenhuma suspeita de Covid 19, depois que ele foi pra casa num certo tempo que ele começou a passar mal. Quando ele retornou com sintomas,  sendo ele cardíaco.  Já teve infartos anteriormente, estando no grupo de risco, então fizeram o exame que constatou Covid, mas já tinha 15 dias que ele estava internado.”

Emocionado,  por momentos Magno  chorou, relatou que o irmão teria pedido uma visita dele, pois havia muitos dias que não se viam, parecia que queria se despedir. Ele disse que para ele ter sido contaminado no Rio o tempo de encubação da doença teria que ser diferente do que a medicina tem afirmado, reforçando que ele realmente pode ter sido contaminado em Muriaé.

Sobre a foto que publicamos dos 2 irmãos juntos em um quarto de hospital, esta teria sido tirada a cerca de 3 anos atrás, quando ele doou um de seus rins para o seu irmão.

Perguntamos o que ele tinha a dizer para as pessoas que não acreditam que o covid 19 existe,  que não tem medo da doença, ele pensou, se emocionou mais uma vez e respondeu:

” Cara é complicado porque,  todo mundo fala fique em casa, mas todos tem contas pra pagar, todo mundo tem os seus a fazeres, os governantes de Minas, os hospitais daqui todas vezes que estive aqui estão de parabéns. No Rio já não tem esta assistência, não tem este carisma que os médicos mineiros tem,  a equipe mineira tem.

O caso dele tinha que ser mesmo. Um histórico muito elevado, uma pessoa que já teve 3, 4 ou 5 infartos, passou por transplante de rins,  fica mais vulnerável. Gente, a máscara não é brincadeira, eu vejo no Rio pessoas fazendo festinhas de madrugada, o covid pode pegar de manhã, de tarde, de noite, não tem hora, não se exponha, se afaste, porque o covid 19 pode te vitimar.

Ele destacou que não haverá velório, que toda família esta isolada, que o sepultamento será à tarde, em Miradouro,  mas nem sabe  ainda que horas.

O sepultamento será feito pela equipe da funerária Pax José Schitini,  sobre a supervisão do Rodrigo Schitinni, não terá acompanhamento de amigos e familiares, sendo que a prefeitura irá fechar o cemitério municipal por alguns dias, seguindo  orientação da regional de saúde de Ubá, para evitar novas contaminações.

O Paulo Roberto da Rádio ainda apurou com a Meirinha, moradora  do do Bairro Japão, em Miradouro,  que Mauro é neto  do Sr Joaquim Abrão e dona Emanuela,  também do  Sr Batista Almeida e dona Úrsula Almeida.

Mauro teria se mudado do rio para Muriaé a cerca de 4 anos atrás,  onde : “trabalhava numa grande rede de supermercados em Muriaé,  na área de refrigeração, qualquer pepino era ele que arrumava. Ainda fazia os biquinhos, consertava geladeira,  era um guerreiro, consertou minha geladeira. Fora que ainda acudia minha mãe, que tinha câncer,  quando não tinha carro pra fazer tratamento na fundação, ele com todos os problemas dele que leva ela pra fazer tratamento. A gente  fica de coração partido, e não temos nem como fazer um velório digno,  nem como ver ele pela última vez. Infelizmente a gente não acredita nesta maldita doença, só quando acontece, dentro da família que a gente alerta para a vida. Tô com o coração partido, a gente fica numa agonia.” Relatou Meirinha.

Os avós dele já falecidos eram muito conhecidos em Miradouro,    será enterrado no túmulo do senhor Batista e da dona Úrsula.

A família já reclama do despreparo da equipe que libera o Corpo para a funerária realizar o sepultamento, talvez por ser o primeiro caso, até agora, as 14:56 o corpo ainda não havia sido liberado.

O Rodrigo da funerária Pax José Schittini esteve com os familiares e tenta colaborar da melhor forma possível para que o Corpo seja liberado para a realização do sepultamento ainda hoje.

Nossos sentimentos aos familiares de Mauro, mesmo neste momento difícil se dedicou tempo para falar sobre a perda do ente querido, fazendo com que todos os familiares e amigos, colegas de trabalho, que não poderão se despedir  em um tradicional velório, mas que possam refletir sobre o risco que a doença representa, para que todos possam ter mais cautela, cuidados e prevenção.

Neste domingo de dia das mães, a data de 10 de maio apesar do grande significado que ela representa, também simboliza a perda de uma pessoa que por tantas vezes lutou para continuar vivo, mas que Deus achou por necessário levá-la neste fim de semana.

Quem teve a oportunidade de conviver com Mauro se recorda da pessoa maravilhosa que ele era, que não pode dizer adeus, mas que ficará marcado em suas mentes e em sua história.

Um domingo que divide 2 emoções pra muitas famílias que tomam conhecimento desta perda,  baseada na Bíblia em Romanos 12-15:
” Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram”

 

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