Policiais da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), da Polícia Civil de Manhuaçu, cumpriram um mandado de prisão preventiva de um homem que, durante anos, submeteu suas enteadas a várias formas de abusos sexuais, dentro de sua casa, no distrito de Santo Amaro, em Manhuaçu.
Denunciado, o homem fugiu, mas foi preso em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, numa operação que contou com a colaboração da Polícia Civil do Rio.
A delegada responsável pelo caso, titular da Deam de Manhuaçu, Adline Ribeiro, representou pela prisão preventiva do homem e considerou como gravíssimo os crimes praticados por ele, em sequência e durante muito tempo.
Ela explicou que os abusos ocorreram durante vários anos e tiveram início quando uma das vítimas tinha 10 anos e a outra, 13.
O padrasto submeteu a enteada mais nova a uma série de abusos sexuais quando ela tinha 10 anos. E prosseguiu com os crimes até a menina completar 13. Atualmente, ela tem 13.
A outra enteada do padrasto abusador, hoje com 20 anos, foi violentada dos 13 aos 16. O último abuso praticado pelo homem foi em março de 2021, com a enteada mais nova, de 13 anos. E foi a gota d’água.
As vítimas foram encorajadas por uma testemunha, que a Polícia Civil mantém a identidade em sigilo.
Essa testemunha explicou às irmãs como fazer a denúncia por meio do chatbot do WhatsApp, denominado FRIDA, criado pela escrivã de polícia Ana Rosa Campos, da Deam de Manhuaçu, e premiado pelo governo de Minas por sua relevância social e inovação no segmento políticas públicas.
A partir daí, os policiais da Deam de Manhuaçu começaram a investigação. As meninas foram abusadas durante anos e nunca denunciaram o padrasto porque ele, segundo a delegada Adline Ribeiro, é um homem violento, que fazia (e faz) ameaças constantes às enteadas, quebrava móveis dentro de casa e aterrorizava toda a família.
Segundo a polícia, os abusos ocorriam à noite, quando a mãe dormia depois de tomar remédio para fibromialgia.
Ameaças de morte
Depois das denúncias e durante a investigação, o homem chegou a ameaçar de morte uma das enteadas. Temendo a sua prisão, ele fugiu para Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.
Após as conclusões das investigações, a delegada responsável pelo caso, Adline Ribeiro, representou pela prisão preventiva e determinou que sua equipe prendesse o homem. Ele foi localizado pelos investigadores e preso na manhã desta quinta-feira (20/5).
“Foi uma resposta rápida da Polícia Civil, após o recebimento da notícia de um crime tão bárbaro, justamente na semana em que se comemora o dia do combate à exploração infantil”, disse a delegada.
O homem foi encaminhado ao sistema prisional.