A comunidade juiz-forana recebe, na segunda-feira (12/10), a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, localizada no bairro Linhares, reformada e ampliada por presos do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora. Resultado de uma parceria firmada entre a unidade e o presidente do Conselho da Comunidade e capelão do Sistema Prisional, padre José Maria de Freitas, o trabalho durou quatro anos. Atualmente treze presos fazem a finalização da obra da igreja, que fica no mesmo bairro em que estão detidos.
A paróquia já não comportava mais o número de fiéis. Muitos não conseguiam assentos durante as celebrações religiosas. Daí a necessidade da ampliação, tocada praticamente só com a mão de obra prisional. O interior da igreja foi reformado e ganhou mais espaço e um estacionamento foi construído.
O diretor do Ceresp de Juiz de Fora, Alexandre Cunha, conta que o padre é um grande parceiro das unidades prisionais da região. “O trabalho dele nos ajuda muito, pois exemplifica o olhar que o estado tem em relação à humanização da pena”, destaca.
Em sua posição de capelão do Sistema Prisional, José Maria busca quebrar o estigma dos presos na sociedade. Ele diz que a comunidade do bairro, independente da religião, elogia o projeto. “O trabalho dos presos na reforma da catedral é de suma importância para que a população possa perceber que eles continuam sendo cidadãos e precisam de oportunidades de reinserção social. Isso é dignidade”, afirma.
Apenas detentos sentenciados pela Justiça, que cumprem pena no regime semiaberto, participam da reforma. Pelo trabalho, eles recebem remição de pena. Ou seja, a cada três dias trabalhados, conseguem abater um na pena prevista.
Wellington da Costa, de 38, anos, é um dos únicos que participam do processo há quatro anos, desde o início do projeto. Ele começou quando ainda era um detento e cumpria pena no Ceresp de Juiz de Fora. Devido ao bom desempenho apresentado durante esse tempo, recebeu alvará de soltura, foi contratado e passou a ser remunerado. “Muitos não acreditam que um ex-detento pode se regenerar. Estou provando a todos que isso é possível”, declara.
Com informações: Assessoria de Comunicação Social da Seds