Trabalhando de 6h às 17h30 todos os dias, incluindo fins de semana e feriados, para receber R$ 400 por mês, um idoso de 75 anos acabou resgatado em situação análoga à escravidão pela fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em um sítio de Rio Casca, na Zona da Mata. A ação, que cumpriu um mandado judicial da Justiça Federal que visava a apreensão de possíveis armas e resgate do trabalhador, contou com a participação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).
A propriedade onde ocorreu o resgate fica nas proximidades da sede do município. Quando os fiscais chegaram ao local, encontraram o senhor cuidando do gado em um curral, fazendo a retirada das fezes dos animais sem usar qualquer tipo de proteção. Em conversa com ele, foi descoberto que ele atuava no sítio desde outubro de 2021.
“O trabalho diário tinha início em torno das 6h e se estendia até aproximadamente 17h30, com intervalo para almoço. A atividade era também realizada aos domingos e feriados nos mesmos moldes. Embora necessários para a execução das tarefas (luvas, botinas de couro, perneiras, botas impermeáveis, chapéu ou boné árabe e proteção para a pele) os EPI não eram fornecidos pelo empregador”, detalhou o MTE.
Além de não ter qualquer vínculo empregatício, a vítima ainda teve que adquirir por meios próprios os equipamentos de proteção para desenvolver as atividades.
O ministério aproveita para orientar a população de que denúncias de trabalho análogo ao de escravo, rural, urbano ou doméstico, podem ser feitas de forma completamente anônima pelo Sistema Ipê.
Fonte: José Vítor Camilo / O Tempo