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O Delegado Dr Tayrony Espíndola reuniu a imprensa numa coletiva que ocorreu na 4° DRPC de Muriaé na tarde desta quarta feira por volta das 16:50 onde detalhou a Operação “Bradock”:
“- Houve um sequestro no início de 2017 em Miradouro, a partir de então esta quadrilha entrou num radar do Serviço de Inteligência da Polícia Civil. Naquela ocasião quatro criminosos sequestraram um adolescente e mantiveram em cárcere por aproximadamente 24 horas e no dia seguinte o adolescente foi libertado. A partir dessa soltura do adolescente fomos em busca dos criminosos para efetuar os mandados de prisão que já tinham sido deferidos contra eles.
Nessas abordagens eles se evadiram da ação policial, em outra ocasião foram encurralados numa residência em Carangola, onde trocaram tiros com os policias e a partir do ocorrido buscaram refúgio em Guarapari (ES), onde já tinham vínculos com a cidade e passagens por lá algumas vezes. E a partir dessa ida deles para Guarapari, se aproveitando do momento em que o Estado atravessa com a falta de policiamento, por conta da greve dos Militares, eles encontraram ali um ambiente fértil para a prática de vários crimes.
Então, eles se associaram a criminosos locais e começaram a praticar roubos e tráfico de drogas. Desde então, como já vinham sendo monitorados por nós, em contato com a Polícia Civil local, montamos uma operação conjunta das policias de Minas Gerais com a do Espírito Santo (da Delegacia Especial de Homicídios e a Delegacia Patrimonial de Guarapari) e desde Domingo estávamos lá, já monitorando os criminosos. Conseguimos abordar os criminosos, e durante esta, o Darlan, o líder do grupo reagiu à abordagem, foi alvejado e morto no local.
Os outros integrantes foram autuados e presos em flagrante por organização criminosa, roubo, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Durante a abordagem onde o Darlan foi alvejado, ele chegou a ferir um policial civil que foi ferido na mão direita, sem gravidade e felizmente passa bem.
Na verdade precisamos reconhecer o trabalho heroico e valoroso dos policiais. Aqui da 4° DRPC, não foi uma ação isolada do setor de Inteligência, oficialmente existem policias que não integram o serviço de Inteligência, mas, estão sempre cooperando com a gente. As vezes até mais do que o pessoal da Inteligência. A gente tem o Kelson, o Marcos, o pessoal de Carangola, o Darlan e esse pessoal eram na sua maioria de São Francisco do Glória, então, o pessoal de Carangola foi fundamental para fazer esse rastreamento, nos indicaram, trazendo eventos e fotos mais atualizados.
Foi um trabalho conjunto da Delegacia Regional de Carangola, um trabalho exitoso. Houve uma sinergia muito grande com o pessoal do ES, que se doaram muito para esta operação e o resultado de sucesso da Operação é decorrente dessa parceria, onde todos os policiais se dedicaram e se engajaram e felizmente conseguimos cumprir esta missão de chegar ao local e capturar os criminosos. Infelizmente tivemos a parte do criminoso que reagiu, mas, os outros foram capturados e a ação foi exitosa.
Os criminosos presos ficaram em Guarapari, independente do mandado que existia contra eles aqui em Minas, lá foram autuados por outros crimes. O mandado daqui era por causa do sequestro que eles praticaram, lá foram autuados por organização criminosa: tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e roubo.
Existia uma menor que era comparsa do grupo, a qual era suspeita de ser a mandante de um crime de homicídio em Miradouro, essa era namorada de um deles, foi ela quem teria estimulado esse crime. E ela também foi apreendida! Eles tinham ciclos de permanência em Guarapari, quando a coisa esquentava aqui eles iam pra lá, quando esquentava lá eles viam pra cá. Eles faziam essa conexão. Eles já estavam lá cerca de uns 20 dias, praticando diversos crimes.
Ontem (terça) enquanto estávamos na delegacia de Guarapari, quatro vítimas já tinham reconhecido eles, identificando pertences que estavam na casa. Pelo fato deles não serem moradores na localidade, não eram perseguidos pela autoridades de polícia do Espírito Santo, aqui eles já tinham a pressão da polícia por serem conhecidos. Lá eles andavam com naturalidade, iam à praia e a noite praticavam os crimes.
Eles praticavam atos de violência em Miradouro, São Francisco, Carangola, Fervedouro. O Darlan que foi morto era uma pessoa de altíssima periculosidade, no levantamentos que fizemos, ele estava disposto a trocar tiros com a polícia e já tinha ameaçado policiais de morte. A gente já sabia que ele dificilmente se entregaria. Primeiro porque ele já estava denunciado num crime de sequestro e também respondia por um homicídio em Carangola e já sabíamos que ele não iria se entregar de forma harmoniosa. E pelo armamento que ele tinha já fomos preparados para um eventual confronto porque já sabíamos da disposição que ele tinha.
Fomos de 20 a 25 agentes, entre civis de Minas e Espírito Santo. Eles foram localizados numa localidade violenta chamada “Bico do Urubu” (periferia da cidade de Guarapari), local onde a topografia desfavorece uma abordagem policial. São várias casas simples, barracos colados um ao outros, o que dificulta exatamente você identificar em qual casa está o criminoso. Nós tivemos essa dificuldade, a localidade só tem um acesso, são muitas vielas e o criminoso busca por locais assim onde eles conseguem agir antes.
Na ocasião onde abordamos e confrontamos com o Darlan ele usava um colete artesanal que ele mesmo fez com uma placa de aço, de espessura de 8 a 10 milímetros, que usava como escudo segurando com uma mão e com a outra disparava contra os policiais, então a intenção dele era enfrentar tudo”.