Ocorreu na última sexta feira, 08, o ato político cultural em Rosário da Limeira (MG) realizado pela Comissão de Enfrentamento à Mineração na Serra do Brigadeiro. A atividade foi realizada durante a noite e contou com ampla participação de comunidades rurais e de moradores do centro da cidade.
Para Jose Maria Cardoso, franciscano e militante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM, o evento cumpriu seu objetivo e foi mais uma oportunidade para o amadurecimento do debate sobre o avanço da mineração no município.
“O ato foi ótimo, muito animado, agitado e contou com diversas atrações durante o evento. Conseguimos, através dele, fazer o debate sobre a questão da mineração e, ao mesmo tempo, reforçar a importância do fortalecimento da cultura popular como uma dimensão essencial para a resistência contra o avanço da mineradora. Um fato muito interessante é que o ato não foi somente sua realização durante a noite de sexta, mas sim todo um processo que durou dias de mobilização, divulgação, panfletagem, agitação e muito diálogo com a comunidade. E esse processo foi muito proveitoso, podemos concluir que o povo já está convicto dos impactos que a mineração pode causar e da necessidade de intensificarmos nossa mobilização para problematizar e evitar a chegada da mineradora em nossa cidade”, avalia Cardoso.
O ato contou com uma programação interativa, intercalando apresentações de teatro, dança, música, recital de poesia com falas das comunidades e organizações populares envolvidas na resistência. Dentre as intervenções realizadas, se destacou a fala de Dona Josina, moradora da comunidade de Ancorado, uma das regiões mais ameaçadas pela avanço Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).
“Ô gente, todo mundo aqui está careca de saber, se a mineração entrar na comunidade vai ser só destruição! Precisamos não ter medo de fazer a luta, se a gente juntar nossa comunidade, organizar o movimento, nós podemos derrotar essa mineradora e sair vitoriosos! ”, convocou Dona Josina, que foi ovacionada de pé pelos presentes.
Segundo a Comissão de Enfrentamento à Mineração na Serra do Brigadeiro, o ato foi um passo importante, mas ainda insuficiente para barrar a mineradora. Para 2018, a Comissão já planeja uma intensa jornada de lutas ainda nos primeiros meses do ano no intuito de conquistar a demarcação da Serra do Brigadeiro como um território livre de mineração.