Se depender dos votos dos Senadores mineiros, o ministro da Justiça Flávio Dino terá dificuldades para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). Os senadores Carlos Viana (PL) e Cleitinho (Republicanos) afirmaram que irão votar contra a indicação do ministro da Justiça para a Suprema Corte, anunciada na segunda-feira (28), pelo presidente Lula.Carlos Viana afirmou a O TEMPO que a Frente Parlamentar Evangélica do Senado é contra indicação de Dino e que ele, como presidente da frente, seguirá o posicionamento e vai votar “não” à nomeação.Já o senador Cleitinho utilizou a tribuna do Senado para manifestar voto contra a indicação de Flávio Dino para uma vaga no STF. O mineiro reproduziu um áudio no qual o ministro se declara “comunista” e pediu apoio dos demais senadores para barrar a indicação.
“Precisamos de 40 votos para impedir a indicação. Eu acredito que aqui temos 40 senadores de direita conservadores. Eu já aderi à campanha. Eu já falei para vocês: ou é frio ou é quente; eu não sou morno. Flávio Dino, não”, diz.
Cleitinho, que é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negou que seu posicionamento seja simplesmente uma postura de oposição ao presidente Lula (PT). “Se fosse o Bolsonaro, como presidente, que tivesse indicando o advogado dele ou o ministro dele, eu votaria contra. Para mim, é uma questão de transparência”, disse.
Avaliação
Dos três senadores mineiros, apenas Rodrigo Pacheco (PSD), que é o presidente do Senado, ainda não se posicionou sobre a questão. Em entrevistas, ele afirmou que fará um esforço para que os nomes sejam colocados em votação até meados do mês de dezembro.
Conforme mostrou a reportagem de O TEMPO em Brasília, as dificuldades enfrentadas por Flávio Dino para ver seu nome aprovado no Senado não devem estar limitadas à bancada mineira.
A reportagem apurou que a postura do atual ministro da Justiça e Segurança Pública, que costuma assumir tom irônico e até considerado arrogante por vezes nos corredores da Esplanada dos Ministérios, causa uma resistência política que precisará, agora, ser enfrentada. O primeiro desafio será na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde Dino passará por uma sabatina e, depois, por uma votação.
Depois o nome do ministro, que também é senador licenciado, será colocado em votação no plenário e precisa de pelo menos 41 votos favoráveis entre os 81 senadores.
Fonte: O tempo