Há uma semana, no sábado (16), a fúria de uma ex-namorada quase estragou o casamento de Adiliane Faria de Mattos, de 27 anos, em Pirapetinga (MG). A jovem escolheu o mês das noivas para se casar e ao chegar na porta da Igreja de Santana foi atacada e teve o vestido manchado com tinta rosa pela rival. Quando os convidados pensavam que ela poderia desistir, surpreendeu a todos e subiu ao altar. Depois, o problema da recém-casada foi outro, pagar o vestido que era alugado.
Já a ex, que tem 29 anos e não quis se identificar, disse que a culpa é do noivo, André Inocêncio, de 35 anos. “Ele quer dar uma de bonzinho, mas a gente tem um filho e nos abandonou para ficar com ela. Ela que se casou sem saber quem ele é”, justificou. Após o fato, a ex chegou a registrar um Boletim de Ocorrência (BO) na Polícia Militar de Leopoldina alegando que durante o ataque à noiva ela sofreu uma agressão. O caso foi encaminhado para a Polícia Civil da cidade.
O casamento
“Eu estava na porta da igreja quando o rapaz que me ajudou a arrumar estava ajeitando os últimos detalhes. De repente surgiu uma mulher do nada com um balde de tinta e jogou em mim. Não me machuquei, apenas sujou o vestido”, contou Adiliane Faria, que só entrou na igreja sob o incentivo dos convidados, conduzida pelo pai. “Pensei comigo: Vou casar assim mesmo. Estava tremendo, fiquei com medo de passar mal, mas meu pai e todos me deram força”, acrescentou.
Quem testemunhou a agressão foi o maquiador e cabeleireiro Rodrigo Magalhães Pereira. Ele foi o responsável por preparar a noiva e estava ao lado dela. “Foi muito rápido. Eu levo todas as minhas noivas até a igreja. Já tinha a ajudado a sair do carro e a Adiliane estava em pé ao lado do pai. A agressora me empurrou e lançou a tinta. Acho que ela queria acertar no cabelo, mas pegou no vestido”.
Em seguida Rodrigo contou que correu atrás da agressora para impedi-la de fugir. “A minha reação foi ir atrás dela e pegá-la pelo cabelo, até que aparecesse alguém para segurá-la. Quando chegaram outras pessoas, eu fui socorrer a noiva. Voltei ao salão e peguei materiais para retocar a noiva. Na igreja mesmo tem um escritório e refiz meu trabalho”, lembrou.
Depois que ela subiu ao altar, segundo ele, foi um momento de emoção para todos os presentes. “Ela estava bonita, como sempre quis para o casamento. Fiquei abalado e na hora da confusão todos saíram para ver o que estava acontecendo, mas quando Adiliane entrou todo mundo ficou emocionado”, disse.
Depois da cerimônia, Adiliane ainda foi para a festa com o vestido sujo e posou para fotos. A roupa foi alugada em uma loja na cidade de Santo Antônio de Pádua (RJ). “Começamos a planejar o casamento em setembro, familiares nos ajudaram especialmente com a festa. Mas quando vi o vestido, bati o olho e amei. Agora que tive de pagá-lo, ele de fato é meu”, comentou. A jovem comprou o vestido da loja por R$ 1.600. Já o valor do aluguel não foi informado pela noiva.
A versão da agressora
Sobre o ataque à noiva, a ex-namorada de André relatou que o alvo foi o tempo inteiro colocar o comportamento do noivo na berlinda. “Não foi vingança contra ela, não tenho nada contra ela. Foi uma retaliação contra ele. Ele é culpado por eu ter chegado a este extremo”, justificou.
Segundo a jovem, ela e o noivo têm um filho e ela foi abandonada. Desempregada, disse que cuida da criança de um ano e seis meses, fruto do relacionamento de três anos. “Quando o filho nasceu, ele nem foi ver. Durante este tempo, cheguei a conversar com ele para não entrar neste extremo. Ele sabe por que eu fiz isso”, reforçou a ex.
Ela também disse que vai acionar a Justiça contra o ex. “Estou tomando providências para garantir a pensão do meu filho. Eu sei que ele tem condições de pagar uma pensão digna, mas diz que não, que não ajuda porque não pode”, concluiu.
Caso de polícia
O casamento mais falado da história de Pirapentinga, cidade de 10.787 habitantes, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), virou caso de polícia. O Boletim Ocorrência sobre o caso foi registrado pela agressora.
De acordo com a assessoria da 6ª Companhia da Polícia Militar em Leopoldina, responsável pela região onde está Pirapetinga, a ex-namorada procurou a PM e confessou que jogou tinta de cor rosa na noiva quando ela se preparava para entrar na igreja. Segundo a agressora, quando estava sendo contida pelos convidados após o fato, um homem puxou os cabelos dela e, por isso, quis registrar a ocorrência. “Eu vou até o fim. O cabeleireiro não tem o direito de colocar a mão em mim”, afirmou.
O maquiador e cabeleireiro Rodrigo Magalhães Pereira, suspeito da agressão, compareceu à delegacia. “Ela me acusou de agressão e eu também fiz uma ocorrência contra ela. Afinal, ela também me sujou de tinta e eu ainda tinha mais três noivas para cuidar no sábado. Nem deu tempo de almoçar. Trabalhei o dia inteiro com as roupas sujas de rosa”.
O resumo do BO informa que os noivos não quiseram registrar ocorrência contra a agressora. De acordo com a assessoria da PM, caso eles mudem de ideia, podem fazer até seis meses após o fato para que as providências sejam tomadas. A ocorrência foi encaminhada para apuração na Polícia Civil da cidade.
A assessoria do 4º Departamento de Polícia Civil informou que a jovem (ex-namorada) procurou a delegacia para registrar a ocorrência da agressão do cabeleireiro e que, em depoimento, disse que estava chateada porque o ex não estava dando atenção ao filho.
O caso será investigado. Com informações do interligadoonline.com