Conforme dias atrás nós destacamos aqui no Paulo Roberto da rádio, um trabalhador teria sido surpreendido por uma picadeira, nos dias não conseguimos informações, felizmente ele está bem, e foi destaque no Silvan Alves.
“É Um Milagre Estar Vivo”
Antônio e o amigo e colega de trabalho Mauro que mostrou muita coragem no socorro
A manhã do dia 24 setembro, vai ficar marcada na vida do trabalhador rural, Antônio Bento Dias, 46 anos, que sobreviveu a um dos mais violentos acidentes de trabalho ocorrido nos últimos anos na região. Segundo o trabalhador, era pouco depois das 10h, quando ele terminava de picar cana em uma picadeira adaptada a um trator no meio do canavial na comunidade dos Gomes (Miradouro) e a força do motor era muita, estava com rotação de 1.600 , e como ele terminava, subiu na parte de traz do trator para desacelerar, mas acabou escorregando e caindo com a perna esquerda sobre o “cardan” e viu que a perna foi arrebentada ao meio, tendo a parte ficado dentro de sua bota de borracha. Não bastasse o primeiro trauma, a peça mecânica continuava girando enrolando sua calça até retirá-la totalmente e assim fez com a camisa e a cueca, o deixando nu, a esta altura estava também com a bacia e o fêmur fraturados.
“Encontrei força para chegar ao trator e desligar, e chamar gritando, um colega que estava a cerca de 100 metros e ainda tentar ligar do meu celular para os Bombeiros e a Polícia Civil, mas só que sinal estava muito ruim, não me lembro como foi”, disse. O primeiro colega, o Walter, chegou ao local e se assustou com a cena chamando outro colega, o Mauro, que estava a 500 metros do local e veio de moto achando que era uma situação simples, mas ao chegar pediram para correr e pegar o carro. “Ele estava totalmente nu, enrolamos seu corpo em um cobertor, descemos com ele e ao passar debaixo de uma cerca de arame ele mesmo ajudou se arrastando entre os arames, e dali fomos direto para o Hospital, onde já no corredor, o vi apagando, deixei a bota com parte de sua perna no chão, o segurei ele e chamei as enfermeiras. Ele é muito forte” disse Mauro, que mora em Belisário.
Antônio ficou 12 dias entre o CTI e o quarto no Hospital São Paulo em Muriaé e agora está na casa de um amigo na zona rural, mas disse que tem só 47 anos e que não vai querer ficar parado, vai se movimentar. “Foi a mão de Deus que me salvou. Minha expectativa é melhorar e movimentar. Resisti a tudo que passei com minhas forças. É um milagre está vivo”, concluiu contanto a sua história de superação. No dia do acidente não era para ter ninguém por perto, mas foi ao contrário, tinha um amigo a 100 metros e outro a 500, o que reforçou a sua luta pela sobrevivência. “Quando chegamos estava imóvel no chão, e durante o socorro se recuperou, foi conversando até Muriaé (35 Km da fazenda). Ele é muito forte”, concluiu orgulhoso o amigo Mauro.