EU NUNCA IMAGINAVA RECEBER EM MEU PROGRAMA DE RADIO, UMA LIGAÇÃO DE UMA PAULISTANA, INDICADA POR UMA AMIGA DE MIRADOURO , QUE COMPARTILHASSE UMA CHAMADA INTERNACIONAL COM UM PEDIDO DE SOCORRO DE UMA BRASILEIRA QUE MORA E PERMANECE EM ISRAEL.
ELA ME FALOU SOBRE O SOFRIMENTO DAQUELE POVO, PEDIU AJUDA PARA MEUS OUVINTES .ME AJUDE AJUDAR ESTES IRMÃOS.
Vanúcia é amiga de uma brasileira que mora em Israel, que tem 8 filhos, sempre esteve envolvida na área de campanhas sociais naquele país, atuando com ajuda humanitária. Vanúncia nos ligou por indicação da miradourense Eva, que tem familiares na rua do Sapo, em Miradouro.
Vanúncia nos ligou por volta de 09:30 e compartilhou a chamada da amiga, que nos falou ao vivo sobre o que eles estão vivendo. Explicou como os TERRORISTAS agem desde os ataques de sábado. Veja algumas fotos enviadas por ela para nossa redação. Depois ela gravou um áudio e nos encaminhou. Nós vamos pulicar aqui parte dele que já foi transcrito, ainda estamos corrigindo o texto, mas devido a urgência, vamos ir corrigindo e completando na medida do tempo possível, que veio com um pedido de ajuda. A Bíblia sagrada diz que aquele que ora por Israel prosperará, acredito que quem ajudar seu povo neste momento de tamanha dificuldade, Des o ajudará muito mais.
Vamos a parte do depoimento da amiga brasileira em Israel:
“Oi, Vanúcia, muito obrigada por você ter ligado lá para a rádio Miradouro e ter tentado nos ajudar aqui. Eu quero gravar o relato do que aconteceu desde que a gente descobriu, tudo isso que aconteceu lá no Sul, que começou no Sul, perto da faixa de Gaza, tinha um festival, eu não sei com quantos mil jovens lá no Sul, e eles foram primeiro atacados, eles entraram, eles estavam numa distância de 300 metros da fronteira de Gaza, e os terroristas do Hamas entraram tanto andando, quanto em motos, em jeeps, e também estavam em paraglides, então eles desceram do céu já atirando com bazuca, com metralhadoras, as pessoas estavam lá, estavam correndo, e como estavam em campo aberto, simplesmente foi uma chacina. Eles corriam e matavam as pessoas, no início eles não sabiam o que estava acontecendo, porque eles também estavam tacando mísseis, então eles escutaram a sirene, e muitos deles entraram, porque nesses locais eles têm abrigos antiaéreos, só que eles entraram e assassinaram todas essas pessoas da sangue frio. E aqueles que conseguiram trancar a porta do abrigo, eles começaram a jogar granada neles e jogar gás pela janela, tentar matar eles asfixiados, quer dizer, conseguiram, na sua grande maioria, com alguns dos brasileiros, inclusive, que apareceram na mídia, você pode achar vídeos deles contando relatos de alguns que sobreviveram.
Depois eles tem comunidades que chamadas de kibbutz, então, eles entraram na casa das famílias, muitas delas estavam dormindo, nem sabiam o que estava acontecendo, e mataram famílias inteiras. Algumas delas simplesmente retiraram para fora e amarraram os pais, e jogaram combustíveis nas crianças e mataram e queimaram as crianças vivas, ou mataram os pais na frente das crianças. Eles acabaram com comunidades inteiras lá no sul, comunidades inteiras.
Quem está lá ainda tem um tempo de chegada do míssil, quando ele é jogado lá de Gaza para dentro de Israel. Então, quem está mais perto de Gaza, quando houve a sirene, tem que correr , a gente aqui, onde eu estou aqui, que é uma cidade central de Israel, eu tenho um minuto e meio até chegar. Então, se eu estiver do lado de fora, eu tenho que sair correndo e encontrar um abrigo antiaéreo.
Geralmente as casas mais novas, que foram construídas há menos de 20 anos, elas têm um abrigo dentro da própria casa. Eu, dentro da minha casa, tenho um abrigo antibomba. E mesmo dentro de casa, um minuto e meio não é muito tempo. Porque quando você tem criança pequena, você tem que trazer para dentro desse abrigo, você tem animais de estimação também, você tem que correr. Portanto, tem que deixar esse local preparado porque você não sabe quanto tempo você vai ficar ali dentro. Porque às vezes toca uma sirene em cima da outra. E esse pessoal lá do sul, eles têm 15 segundos, quando toca a sirene até o momento do míssil cair. Eles têm 15 segundos para se abrigarem. Então, muitas dessas famílias que estão lá estão sendo deslocadas de lá para o Centro de Israel, para as cidades centrais. Nós estamos recebendo muitas dessas famílias.
Eu tô recebendo em minha casa 15 pessoas, porque a gente tem que alimentar essas pessoas e essas pessoas também tem que ter espaço para correr para dentro do abrigo, antibomba, então a gente não pode receber mais do que isso e tem muitos prédios que estão aqui em construção que também estão recebendo, que estão em fase final de construção, também estão recebendo essas famílias. E todos os hotéis aqui na região onde eu estou não tem hotéis, então eles estão sendo levados para Tel Aviv, para Jerusalém, que também está sendo bombardeado.
Fico imaginando que onde eu estou está seguro, não é que está seguro, é que a gente tem mais tempo para correr e se abrigar, então aqui eles têm mais chances de sobreviver, mas estão saindo de lá com a roupa do corpo, não estão pegando nada, nem as roupas, porque está perigoso, você não tem tempo de entrar e sair correndo, eles estão entrando em carros e muitos deles nem estão saindo, porque como bombardeio está sendo constante, a gente está organizando. O exército daqui está organizando para que eles consigam ser retirados de lá, eles simplesmente estão sendo salvos e quem está saindo numa situação dessa não está trazendo nada além dos animais de estimação, das crianças e da roupa do corpo. Então não estão trazendo comida, não estão trazendo colchão, não estão trazendo cobertores, eles estão precisando de tudo, inclusive tem muitas pessoas com doenças crônicas e como aconteceu de que muitas das casas que estavam lá perto, elas também foram destruídas, então nem remédio, numa hora dessas você não consegue achar as coisas, eles não estavam, só para vocês terem ideia do que eu estou falando, eles não estavam esperando, então não estava organizado tudo num canto, numa bolsinha, (vamos puxar essa bolsinha e vamos embora). Então gente que tem asma, pessoas que têm outros problemas de saúde, problemas cardíacos estão sem a medicação, então. Quem está acolhendo, que está ajudando, e tem muita gente ajudando financeiramente, a gente está pensando primordialmente na comida e na água para a sobrevivência, mas tem muita gente que tem esses medicamentos também, não vão sobreviver. Então, a gente começamos num esforço primeiro dentro de Israel, depois nas comunidades vizinhas, nos países vizinhos, pessoas que a gente conhece fora daqui, a gente está tendo um pouco de dificuldade, porque tem muita gente que está arrecadando inescrupulosamente, estão tirando proveito da situação, mas de fato nós estamos fazendo um trabalho aqui dentro, e eu disse que é um trabalho sagrado, de salvar vidas e de dar um pouquinho de esperança para essas pessoas. Imagina, além do estrago físico, ainda tem o estrago emocional, que tem ferida que não vai se curar nunca, imagina você ser uma testemunha de uma coisa ou outra neste momento.
Então, a única coisa que eu peço, vocês poderem ajudar nesse momento, qualquer doação ajuda. Mas também que vocês possam orar e pedir para Deus proteção para o povo de Israel, que está passando por esse momento de necessidade, por esse momento de medo, de incerteza, de insegurança. E com toda a fé que a gente tem no coração, sabe, é humano quando toca uma sirene, você olha no rosto dos seus pequenos e no rosto dos seus filhos, com desespero nos olhos, esperando uma resposta. E a única coisa que a gente tem que fazer é sair correndo e puxar todos eles, inclusive quem tem criança muito pequena, porque se você está fora do abrigo, você não pode ficar 24 horas dentro do abrigo com as crianças. Tem que ter uma certa normalidade, uma certa rotina. Você não sabe quanto tempo isso vai durar, se isso vai durar um mês, se isso vai durar dois meses, se isso vai durar, eu não sei. Essa é a primeira, segunda vez que eu estou aqui numa guerra como essa, mas essa primeira vez numa… não é simplesmente um conflito como era antes, foi autorizada. Uma guerra que foi autorizada inclusive pelo Congresso, porque no momento em que eles podem chamar os reservistas, porque aqui tudo é feito na base da lei, então a guerra foi autorizada no Congresso, tem que ter uma resposta. Israel, na verdade, não está guerreando, ele está se defendendo. Muitas coisas são ditas nos países, por exemplo, agora a gente está falando do Brasil, eu vejo muitas reportagens mostrando Gaza, mas Israel jogou panfletos, Israel mandou mensagem pedindo para o povo sair de Gaza antes do bombadeio. O Egito fechou a fronteira e que de jeito nenhum está deixando o Palestino entrar no território deles. Israel não pode deixar, eles não podem diferenciar quem é terrorista e quem não é.
É muito difícil pedir para que Israel abra as fronteiras e que deixem, sabe, não, são os palestinos que estão sendo oprimidos pelo Ramás, a gente tem que deixar eles entrarem, até porque não dá para diferenciar, porque eles falam, ah tá, então deixa entrar mulheres e crianças. Imaginem só que já teve muitas mulheres que com armas na mão atiraram atiraram em pessoas aqui dentro, que esfaquearam soldados e crianças também. A gente está falando de criança de 13 anos, porque uma criança, né, um adolescente de 13 anos, mas que já matou, que já entrou pela janela de casas aqui, degolou crianças pequenas e então a gente não pode deixar eles entrarem aqui, porque eu tô vendo muita reportagem, portanto, eu tô dizendo. Uma outra coisa também, as pessoas estão dizendo que Israel é inhumano porque desigua água e desigua luz deles. Israel prove água e energia elétrica sem receber nenhum pagamento por anos e isso. Isso é humanitário, isso é humano. Só que eles entraram aqui e, sabe, a gente tem que trazer de volta esses velhinhos que estão lá, essas crianças, essas mães que estão lá dentro. De outra maneira, eles não vão entregar de volta.
Eles vão fazer barbares, no momento que você abaixar a arma aqui, eles vão entrar com tudo aqui dentro, eles já mostraram do que eles são capazes. Vocês imaginam 40 bebezinho, bebê recém-nascido, ter sido degolado, sabe, morto na frente das mães. Esses jovens todos que vocês ouviram, esses números todos de jovens que foram, que atiraram, mataram, e depois eles dançaram com copos de criança na mão, eles soltaram fogos de artifício, eles… sabe, eu não sei, eu nem sei se eu estou sendo coerente, vocês me desculpem, porque eu não consigo dormir direito desde que isso começou, a gente tem que estar em alerta 24 horas por dia, pra ter que estar correndo pra dentro de um abrigo, sabe, e essa preocupação da gente, de todo mundo aqui. Mas imagina agora, no topo de todas essas preocupações, ainda se preocupar de que você não vai ter o que comer, você não vai ter o que comer. Você não vai ter onde ficar e a gente tem que ir, por favor, se alguém puder nos ajudar. Desculpa se eu não estou sendo coerente, perdoe-me, mas eu estou passando por um momento muito difícil aqui, com a minha família, com os meus amigos agora que estão se locomovendo aqui para ficar aqui nessa região e para as outras famílias.
Qualquer ajuda ajuda. Muito obrigado, que Deus proteja nos todos, quem não puder ajudar financeiramente, por favor ore. Muito obrigada!”